Injeção direta – sinal do tempo de injeção

Nos sistemas de injeção de alta pressão, Diesel (common rail – CRI) e gasolina direta (GDI), o acionamento das válvulas injetoras se desenvolve da seguinte maneira: na etapa final de controle o capacitor é carregado com uma tensão de 80 a 100 V e descarregado, no momento da injeção pelo fechamento de uma chave eletrônica, através da bobina dos injetores.

Estranho, não! Nem tanto, se baseia no mesmo principio usado no flash das máquinas fotográficas ou da ignição de descarga capacitiva.

Uma unidade geradora localizada na UCM transforma a tensão da bateria em tensão contínua mais alta e carrega o capacitor. No momento da injeção a descarga do capacitor gera um impulso elevado de corrente na bobina do injetor, conferindo-lhe uma comutação rápida e efetiva de abertura. Seguido a este impulso breve se aplica corrente regulada para manter o injetor aberto enquanto durar o tempo de injeção.

O capacitor e a bobina do injetor formam um circuito oscilante, portanto ao usar o osciloscópio para verificar a tensão se nota picos positivos e negativos em torno de 100 V nos terminais dos injetores, comprovando-se o correto funcionamento da unidade geradora de carga. 
Más, se o objetivo é verificar o tempo de injeção e o comportamento do sinal, se recomenda o uso do osciloscópio na função de amperímetro, no qual se visualiza um sinal, algo como a figura acima (a forma de onda pode variar) com picos que alcançam entre 12 a 25 Amperes.

Respondendo a inúmeras consultas sobre este tema, espero que esta informação possa dar o suporte necessário.

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Sonda lambda após o catalisador

Nos carros brasileiros comumente encontramos sonda lambda antes do catalisador, diferente de outros países onde as normas que regem as leis de emissões são mais severas.
A sonda antes do catalisador tem por finalidade manter a mistura regulada, atribuindo alta eficiência à conversão catalítica.

Más, o que faz a sonda após o catalisador?
Com a finalidade de supervisionar o funcionamento do catalisador e da sonda reguladora (anterior), a sonda posterior possibilita o autodiagnóstico de falhas pela UCM nestes componentes. Em alguns sistemas podem ainda atuar como sonda de regulação, otimizando o trabalho do catalisador ao longo de sua vida.

E, como se comporta o sinal da sonda posterior?
Em boas condições de funcionamento o volume de oxigênio após o catalisador deve ser reduzido e estável, portanto a tensão gerada pela sonda ficará também estável, geralmente em torno de 0,7 Volts (veja figura abaixo).

Oscilações de grandes amplitudes em fase com o sinal da sonda anterior, indicam o esgotamento do catalisador, induzindo a gravar na memória de diagnóstico da UCM os códigos de erros P0 420, P0 430. Tensão reduzida na sonda posterior pode indicar baixa eficiência do catalisador ou mistura muito pobre. Outros códigos de erros possíveis: P0 133, P0 153, P0 140, P0 160.

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Saiba mais sobre os medidores de massa de ar

São sensores térmicos que medem a massa do ar aspirado pelo motor. Funciona pelo princípio do calor cedido ao ar aspirado por um filamento ou filme aquecido a uma temperatura constante.

Encontrados com 4 a 6 bornes, recebem tensão de alimentação da bateria e entregam o sinal de medição a uma tensão que varia de 1 a 5 V para os mais antigos e de 0,4 a 4,8 V nos atuais. Medidores antigos possuem um terminal de controle para autolimpeza do filamento aquecido e opcionalmente alguns modelos trazem um potenciômetro destinado ao ajuste de CO. Os mais recentes vem com o sensor de temperatura do ar incorporado, geralmente as versões para o motor aspirado.
 
Principais defeitos:
Contaminação por partículas de óleo e água proveniente do respiro do motor e a aderência de poeiras deterioram o elemento sensor e de aquecimento dificultando a condução de calor.
 
Sintomas do defeito:
Alteração na mistura ar combustível, aumento de consumo, marcha lenta irregular, falhas de aceleração, adaptação de mistura aditiva e multiplicativa, motor “morrendo”.
 
Manutenção:
O reparo não é recomendado; fazer a limpeza da grade de entrada do medidor com um pincel seco. O bom estado do filtro de ar, manutenção do respiro do motor (blow by) e a qualidade e nível adequado de óleo do motor conservam o bom desempenho do medidor.

Dica:
A tensão de referência do sensor em marcha lenta, mencionada nos manuais, se aplica ao motor sem carga e à temperatura de trabalho. Portanto, ao fazer esta medição todos os consumidores devem ser desligados, a bateria deve estar em ordem e carregada.
 
Conforme o caso, desconectar este componente pode ajudar no seu diagnóstico.
 
Valores de testes aceitáveis nem sempre correspondem a um medidor de massa em bom estado, em caso de dúvida substitua a peça.

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Medição da corrente de fuga no VW - Pólo 2007

Medir a corrente de fuga em alguns veículos requer certos cuidados, pois ao desligar o motor e fechar o veículo os sistemas elétricos continuam ligados temporariamente, para que se realize a supervisão de funções importantes de controle do motor e a desativação de todas as funções da rede CAN bus de dados.

Para ilustrar e mesmo constar como referência técnica segue os procedimentos realizados em um veículo VW – Pólo 2007, com um multímetro comum ligado em série com o cabo negativo da bateria.

Procedimentos e cuidados:
  • Deixe a tampa do motor aberta, feche todos os vidros, desligue todos os consumidores do veículo e retire a chave da ignição.
  • Acione o travamento elétrico e alarme através da chave ou controle remoto.
  • Aguarde 30 minutos.
  • Selecione uma escala de corrente alta no multímetro, 10 ou 20 ADC.
  • Desligue o cabo negativo da bateria e insira o multímetro entre o negativo da bateria e o cabo conectado à massa, foto abaixo.
  • Reajuste a escala de medição, caso necessário.

A corrente de fuga medida deve ser inferior a 30 mA. Pode ocorrer que ao interromper o circuito o ciclo de desligamento se reinicie, neste caso aguarde sua finalização. Veja o gráfico de medição do ciclo completo.

 Conforme o gráfico a corrente se mantém em 200 mA por 30 segundos, cai para 125 mA permanecendo assim por 25 minutos e finalmente se reduz a 25 mA (depende dos componentes instalados).

Se a corrente final for superior a 30 mA procure identificar a causa. Isole os circuitos um a um retirando-se os fusíveis correspondentes e repita a medição.

Conclusão:
Após restabelecer a conexão da bateria no veículo testado foi necessário somente apagar erros em algumas UCE’s. Os parâmetros armazenados no indicador multifunções foram apagados.

Frequentemente a corrente de fuga anormal acentua o desgaste da bateria e reduz a capacidade de partida, porém devido ao uso diário do veículo e a falta de diagnóstico habitual não é notado. 

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Corrente de fuga e descarga da bateria

A corrente consumida pelo sistema elétrico ativo em um veículo em seu estado de repouso (veículo desligado e fechado) é conhecido popularmente como corrente de fuga.
Esta corrente deve ser a mais baixa possível para evitar que a bateria se descarregue rapidamente e preserve sua expectativa de vida útil. Porém, qual deve ser o limite desta corrente de fuga?

Segundo o manual de baterias Bosch, a corrente de fuga deve ser inferior a 0,05% vezes a capacidade da bateria, ou seja:

Calculando este limite para uma bateria de (60 Ah) x 0,05/100, teremos 0,03 A ou 30 mA

Isso mesmo, alarmes, unidades eletrônicas, relógio, rádios, etc. somados seus consumos individuais, não deverá ultrapassar este limite quando todos os consumidores estão desligados e o carro fechado, caso contrário ocorrerá descargas eventuais da bateria que impedem a partida do veículo e a sua constância reduzirá a vida útil da mesma.

O que você deve saber para medir a corrente de fuga:

  • Fique atento às tecnologias empregadas no veículo para não tirar conclusões precipitadas.
  • Ideal seria contar com pinças amperimétricas de 20 ou 30 A para evitar a desconexão da bateria, já que em muitos veículos isso acarreta na desprogramação dos sistemas eletrônicos, grava erros e até mesmo bloqueia o funcionamento do motor.
  • Desejável, os medidores gráficos facilitam bastante o trabalho, já que os testes podem ser demorados.
  • Ao usar o amperímetro em série conecte-o entre o cabo negativo da bateria, e antes de tudo, avalie seus recursos técnicos e conhecimentos para restabelecer todas as funções do veiculo que serão afetadas pela interrupção da bateria como: programação de vidros elétricos, alarmes, erros armazenados nas UCE’s, codificação de rádios, etc.
  • Quando necessário, somente desconecte a bateria após: retirar a chave da ignição, fechar todos os vidros e portas, finalizar o power latch e o CAN bus de dados. Isso irá minimizar os inconvenientes.

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