LE Jetronic, falta de potência, motor morre em marcha lenta

Para cada mal, um remédio!
 
Desconectar componentes de forma a avaliar o seu funcionamento ou ver como reage o sistema eletrônico muitas vezes ajuda na solução de uma falha. Entretanto é imprescindível conhecer muito bem o sistema para prever o que vai acontecer e assim poder dar um diagnóstico certeiro.

Vamos usar um fato concreto para reforçar a importância desta introdução e também acrescentar uma dica para os menos avisados.

O sistema LE – Jetronic não possui autodiagnóstico, de maneira que ao desligar um componente se produz uma reação adversa a dos sistemas motronic, ditos digitais.
 
Com certa freqüência ocorre um defeito intermitente neste sistema que resulta em perda de potência, falha de aceleração e o motor morre em marcha lenta. Ao desligar o medidor de fluxo de ar o funcionamento do motor melhora, levando muitos técnicos a concluir equivocadamente que este é o componente defeituoso.
 
Na verdade a raiz do problema são trincas na solda dos componentes da unidade de comando, as chamadas soldas frias, que afetam o cálculo do tempo de injeção, deixando-o muito baixo e empobrecendo a mistura.
 
Com a desconexão do medidor de fluxo o tempo de injeção aumenta, o que é uma reação normal do sistema já que a tensão do sinal cai ao mínimo. Se estivesse funcionando regularmente o motor afogaria com o excesso de combustível, porém diante desta falha isto compensa a mistura que está muito pobre.
 
Substituir o medidor de fluxo de ar é um erro devido à má interpretação, a solução para este caso é corrigir as soldas frias ou substituir a unidade de comando.
 
Oportunamente farei outros comentários que possam contribuir para melhorar ainda mais os critérios de diagnóstico.

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Partida a frio no carro flex

Com as frentes frias ou a chegada do inverno se tornam mais freqüentes as falhas de partida a frio nos carros flex. Esquecidos durante um longo período de calor, a falta da sua manutenção deixam muitos motoristas na mão.
O sistema mais empregado no Brasil, reservatório gasolina e sistema de injeção adicional, exigem cuidados permanentes para se manterem aptos.
Seu funcionamento se baseia principalmente na temperatura do motor e na aprendizagem do combustível para comandar a injeção adicional de gasolina durante a partida. Outras variáveis, como tensão da bateria ou rotação do motor será usada, segundo o fabricante.

De forma genérica, com temperaturas abaixo de 20 C e aprendizagem com registro superior a 80% no teor de álcool, a bomba do reservatório e a eletroválvula do sistema de injeção de gasolina são acionados durante a partida. O combustível é injetado no coletor de admissão, geralmente junto ao corpo de borboleta aceleradora, através de um orifício calibrado ou outro dispositivo apropriado.

De acordo com o fabricante do veículo e a tecnologia dos componentes empregados se determina a temperatura em que o sistema é acionado, além de combinar diferentes etapas para injeção de gasolina ou gasolina e álcool simultaneamente. A gasolina injetada também pode ser dosificada controlando-se o fluxo através da eletroválvula por meio de pulsos PWM.

Princpais falhas:
  • Gasolina envelhecida – Seus sedimentos causam entupimentos e travamentos da bomba ou eletroválvula; baixa inflamabilidade.
  • Mangueiras deterioradas - Causa vazamentos ou seus resíduos obstruem o sistema.
  • Mangueiras dobradas – Obstruem o sistema.
  • Falhas que impedem a aprendizagem ou processo incompleto quando abastecido com mais de 80 % de álcool – Inibem a injeção de gasolina ao dar partida aà temperaturas abaixo de 20 C.

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