Adaptação de combustível nos carros Flex

Flex é o termo geralmente associado ao carro bicombustível ou a seus componentes. No sistema de gerenciamento do carro flex o volume de combustível injetado e os avanços da ignição são controlados de forma a permitir o funcionamento do motor com álcool hidratado, gasolina ou com uma mistura destes em qualquer proporção.

Através do sofware da unidade de gerenciamento do motor o combustível é reconhecido e adaptado tomando como referência principalmente o sinal da sonda lambda.

Como em qualquer sistema, com base no sinal da sonda de oxigênio a mistura é corrigida imediatamente ao variar o fator lambda. Entretanto somente por meio de uma lógica no software da UCM é que se define se a trajetória leva ao ajuste (aprendizagem) do teor de combustível ou a uma adaptação habitual da mistura.

A seguir pode ser visto os blocos de medições exibidos no VAG para o veículo VW Gol - sistema ME 7.5.20, comuns para a maioria dos veículos flex.

No modo clássico, ao reconhecer abastecimento superior a um volume pré-definido por meio do sensor de nível do tanque, o sistema fica disposto para aprendizagem, vide figura bloco de medição 30-3, o segundo bit à direita vai para 1. Levando em conta a temperatura, carga e rotação do motor, se desencadeia o processo de aprendizagem do teor de combustível. A correção da mistura é muito rápida, menos de 1 minuto, porém a adaptação efetiva (veja bloco 32-2) demora em média 10 a 20 minutos segundo os parâmetros mencionados e o percurso realizado pelo veículo. A adaptação usual (adaptativa bloco 32-1 e multiplicativa bloco 32-3) só ocorre após a aprendizagem do combustível.

Significado dos parâmetros Lidos:
  • A/F = 90 – bloco de medição 31-3 indica a relação de mistura ar-combustível, valor 9:1
  • Bloco 31-4, indica o teor de álcool estimado, valor 100%.
  • Bloco 32-2, Indica que o volume de injeção/tempo de injeção foi acrescido em 23,4 % para ajustar-se ao combustível.
Valores exibidos com o uso de gasolina brasileira:
  • A/F 132 – bloco 31-3, indicou a relação de mistura ar-combustível, equivalente a 13,2:1.
  • Bloco 31-4, o teor de álcool no combustível foi estimado em 22%.
  • Bloco 32-2, O volume de injeção/tempo de injeção, foi reduzido em 20,3% (indicado com sinal negativo).
Conclusão:
Nas medições realizadas o volume/tempo de injeção variou 43,7 % para menos ao readaptar o combustível, antes 100% álcool hidratado, para o uso de gasolina com 22% de álcool.

Observa-se neste modelo que a adaptação gira em torno de um valor central igual a zero no bloco 32-2, equivalente ao combustível com teor de 64% de álcool.

Como medida de proteção, o processo de aprendizagem é bloqueado temporariamente quando o quarto bit a direita vai para 1, bloco de medição 30-3, até que se cumpra algum procedimento que de alguma maneira possa afetar a eficiência do reconhecimento de combustível.

Nota-se que após a partida com o motor muito frio ou inúmeras partidas sem que o motor entre em funcionamento a aprendizagem é bloqueada, provavelmente para limpar o excesso de combustível aderido nas paredes do coletor, cilindros e/ou depositados no óleo do cárter.

A aprendizagem também não ocorre enquanto houver erro armazenado na unidade de comando do motor para qualquer sensor ou componente essencial à função de aprendizagem, tais como a sonda lambda, injetores, NTC motor, sensor de carga, rotação ou nível do tanque.

Dependendo do erro identificado, o funcionamento de emergência se dá com o teor de álcool reajustado para um valor previamente programado ou mantém o último valor aprendido.

Ao realizar o “reset” ou ajuste básico com o scanner ou outro meio disponível o teor de álcool assume um valor previamente programado.

Neste carro, os programas para funcionamento de emergência ou “reset” assumem o valor de 64% para o teor de álcool.

A lógica para todos os veículos é parecida, porém os parâmetros de emergência e faixa adaptável poderão ser diferentes.

Assuntos relacionados:

12 comentários:

  1. a motor do mundo-
    O A/F pode ser calculado,conhecendo-se a relação estequiométrica real da gasolina.
    Literaturas a respeito do assunto divergem quando a este valor. O valor mencionado é aproximado, pois o teor de álcool na gasolina, na época do teste, era algo entre 20 e 26%. Considerando uma composiçào E25 deverá ser obtido um A/F em torno de 13.

    ResponderExcluir
  2. PARABENS. Tô impressionado pela qualidade das materias.FAZIA TEMPO QUE PROCURAVA ALGO DESSE NIVEL.

    OBRIGADO.

    ResponderExcluir
  3. tem como forçar o aprendizado pelo vag-com(vcds 11.11.3)?

    ResponderExcluir
  4. Olá Colega, excelente artigo, qual software eu posso usar para fazer este acerto em carros Chevrolet 2010-2014 ?Obrigado!

    ResponderExcluir
  5. BG, terá que usar um scanner, existem vários fabricantes no mercado, faça uma busca no Google por scanner automotivo.

    ResponderExcluir
  6. muito bem professor saudades das sua aulas e vc deveria vin fazer um treinamento aqui em PE

    ResponderExcluir
  7. Bem vindo paixão, seria bom rever o amigo, quem sabe uma hora apareço por aí.

    ResponderExcluir
  8. Fora o sensor de combustível tem algum outro sensor que pode abrir a janela de reconhecimento do combustível vi um poste dizia que se pisar no acelerador e apenas virar a chave até acender o painel e esperar 10s e tirar o pé e ligar o carro ele abre essa janela isso é verídico

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. neste vw com sistema me7.5.20 é verdadeiro. Em outros sistemas tem que consultar o manual de serviços.

      Excluir
    2. sabe me dizer se funciona na montana 1.4 2012 ????? esse procedimento de pisar no freio de no acelerado para a troca de af( reconhecimento de combustível )

      Excluir
    3. não. Quando necessário só faço com scanner pois é importante visualizar se realmente muda e no pedal mesmo que seja possível não dá para ter certeza.

      Excluir
  9. buen post solo quería saber si el sensor de nivel de combustible se puede componer y como hacerlo

    ResponderExcluir

O comentário será publicado após ser aprovado pelo moderador.