A energia da faísca e a alta tensão necessária estão relacionadas com a corrente do primário da bobina de ignição no momento do desligamento, bem como a indutância e a resistência elétrica dos seus enrolamentos.
Para melhorar o rendimento, sobretudo em altas rotações, são usados bobinas de baixa indutância primária que fornecem altas correntes com menores tempos de conexão. A sua combinação com módulos eletrônicos adequados permitem estabelecer a corrente exata de desligamento.
A tabela abaixo mostra o tempo entre duas faíscas consecutivas com base na rotação, número de cilindros do motor e o sistema de ignição em uso.
Tempo entre duas faíscas consecutivas por bobina, motor 4 cil./6000 rpm | |||
Com distribuidor | Com bobina dupla faísca | Com bobina monofaísca | |
5 ms | 10 ms | 20 ms |
Somente parte deste tempo, imposto pelo ângulo de permanência, é designado para fazer circular a corrente pelo primário.
Veja a seguir algumas características dos módulos de ignição adaptados com suas respectivas bobinas.
1 – Módulo com controle do ângulo de permanência em função da rotação.
O ângulo de permanência aumenta com a rotação, a corrente primária diminui.
Comumente usado em sistemas com distribuidor e com bobinas de indutância mais elevada, onde o tempo para atingir a corrente de operação, em torno de 3,5 a 4,5 A, é mais longo.
Habitualmente esta bobina possui resistência primária entre 1,2 a 2 Ohms.
Aplicado geralmente em sistemas com distribuidor, a limitação do ângulo de permanência e a redução do tempo entre duas faíscas consecutivas nas altas rotações, geram uma curva decrescente para a disponibilidade de alta tensão.
2 – Módulo com controle do ângulo de permanência e do limite de corrente.
O ângulo de permanência depende da rotação e da tensão da bateria, além de atuar mutuamente com a corrente primária pré-fixada pelo módulo.
Com resistência primária entre 0,7 a 1,0 Ohms, as bobinas têm indutâncias médias e trabalham com correntes de 5 a 6 A.
A disponibilidade de alta tensão é plena durante a partida e até cerca de 4000 rpm, assegurada pela corrente primária que se mantém constante.
Acima desta rotação, em sistema com distribuidor de ignição, à queda da corrente primária imposta pela limitação do ângulo de permanência e consequentemente a diminuição do tempo de carga, reduz a disponibilidade de alta tensão.
3 – Módulo com tempo de ligação constante.
Com um enrolamento primário da ordem de 0,5 Ohms e de baixa indutância, a corrente é limitada entre 5,5 e 7,5 A pelo tempo de conexão que se situa entre 2 a 3 milisegundos.
Nos sistemas com bobinas de dupla faísca ou individual por cilindro podem disponibilizar uma tensão secundária com capacidade máxima em todos os regimes de rotação do motor.
Conclusão:
A corrente da bobina se efetiva de acordo com o módulo aplicado, se não estiverem devidamente harmonizados podem ocorrer: A queima da bobina, danos no módulo ou redução da alta tensão e potência da faísca. Além dos danos causados aos componentes da ignição, a má combustão pode levar à falta de potência no motor, aumento do consumo de combustível e emissões de poluentes.
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