Por que os alternadores queimam

Muitas vezes não basta reparar um alternador queimado, para evitar que se repita o problema é necessário encontrar o porquê da sua queima.
 Estator queimado por problemas mecânicos

O alternador é a principal fonte de energia do veículo, abastece os componentes elétricos e mantém a bateria carregada.
Além de ter a capacidade adequada é importante que o alternador suporte altas temperaturas. De qualquer maneira a queima pode ocorrer por sobrecarga elétrica ou térmica decorrentes do excesso de consumo, da falta de ventilação, irradiação inadequada de calor no local da instalação, componentes defeituosos no alternador ou no sistema elétrico.

Para encontrar e corrigir o que causa a queima do alternador leve em consideração os detalhes que seguem.
  • O mais comum é a sobrecarga por excesso de consumo, onde a potência instalada é maior que a capacidade útil do alternador. Os principais fatores são: o uso de lâmpadas de maior potência, instalação descontrolada de acessórios, sobrecarga nos componentes instalados. Faça o teste do equilíbrio de carga, compatibilizando o consumo ou aumentando a capacidade do alternador. Repare ou troque componentes defeituosos.
  • Baterias defeituosas são incapazes de absorver carga. A alta corrente solicitada por elas as tornam indisponível a outros consumidores. Como conseqüência, o alternador opera quase sempre no limite máximo de corrente, e associado à baixa rotação acaba queimando.
  • Uso inadequado da bateria com o motor parado. A descarga acentuada da bateria com o uso contínuo de aparelho de som, faróis, etc. com o carro desligado e o excesso de corrente de fuga, faz o alternador trabalhar com cargas altas e prolongadas ao funcionar o motor, podendo até causar a sua queima.
  • Baixa rotação do alternador. O uso de polias inadequadas no motor ou alternador que reduzam a rotação do alternador, também irá reduzir a sua potência útil e sua ventilação. Nesta condição qualquer um dos seus componentes internos (rotor, estator, regulador de voltagem ou diodos) podem vir a queimar. 
  • Adaptação do alternador para instalar outro de maior potência ou substituir o original do qual não há reposição ou é muito caro. Freqüentes, as adaptações não recomendadas pelos fabricantes trazem bastante problemas. Geralmente não se leva em consideração a temperatura suportada pelo alternador. A alta temperatura no local de montagem somado a temperatura desenvolvida pela carga pode ser fatal para o alternador. Lembrem-se, alguns alternadores tem sentido de giro certo para efeito de ventilação. Outro fator condenável em adaptações é a falta de compatibilidade do regulador de tensão e diodos em relação aos picos de tensão (load dump) que estes deverão suportar.
  • Refrigeração do alternador. Em algumas montagens são necessários defletores de calor e ventilação forçada. Assegure que a circulação de líquido refrigerante ou ar estejam desobstruídos.
  • Componentes do alternador. Regulador de tensão defeituoso representa um sério risco para o alternador, tensão de regulagem alta sobrecarrega o alternador e também a bateria. Rotores e estatores de baixa qualidade não duram o suficiente e também podem ser os causadores da sobrecarga. Diodos em curto circuito ou abertos geralmente provocam a queima do estator.
  • Danos mecânicos. A contaminação por água, óleo, pó danificam os rolamentos fazendo o rotor roçar no estator e curto circuitar as bobinas. Falha idêntica acontece devido ao excesso de tensionamento da correia.
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Defeitos elétricos intermitentes em automóveis


Falhas elétricas intermitentes ou esporádicas aparecem quando menos se espera e muitas vezes desaparecem antes que se possa fazer qualquer medição dificultando localizar sua origem.

Um desafio ou uma tremenda dor de cabeça? Uma coisa é certa, causa muita insatisfação aos técnicos que precisam ser producentes e aos clientes que acabam abalados na sua confiança com a reincidência do problema.

O que se deve fazer diante desta situação? Não existe uma fórmula mágica, o jeito mesmo é criar um roteiro e seguir-lo passo a passo.

Vejamos algumas sugestões úteis que podem abreviar o diagnóstico:

É comum ocorrer problemas após a instalação de algum acessório (radio, alarme, vidros elétricos...) ou um reparo de qualquer natureza.
Converse com cliente, faça perguntas sobre como e quando se manifesta, quando começou, com que freqüência acontece.
Com base nas informações tente reproduzir a falha ou proceda com uma prova pertinente.

Faça uma verificação visual procurando por anormalidades no veículo e na instalação.
Peças inadequadas ou mal instaladas, chicotes elétricos desarrumados, conexões com zinabre, são fontes potenciais de problemas. Afinal, quem não encontrou um conector trocado de lugar ou frouxo!

Teste o sistema de carga e partida.
O mau estado da bateria, alternador ou sobrecargas no motor de partida é responsável por inúmeros problemas, como: bloqueios do imobilizador, mau funcionamento dos componentes do sistema de injeção, ignição, ar condicionado, etc.
 
Se possível, leia as memórias de diagnósticos de todos os sistemas. A visão global dos erros registrados ajuda no esclarecimento de algumas falhas.  

Com um multímetro gráfico, faça medições do sistema suspeito e simultaneamente tente provocar a falha sacudindo o chicote elétrico, conectores e conexões. De pancadas leves no componente com o cabo da chave de fenda, afrouxe sua fixação, mova suavemente seu conector. Frequentemente os componentes eletrônicos apresentam soldas frias ou trincas na placa de circuito, e a falha se manifesta com as vibrações ou mudanças de temperatura.
Oxidações dos contatos nos conectores costumam interromper o circuito. Revise e limpe os terminais aplicando um spray de limpeza apropriado, encontrado em lojas de componentes eletrônicos.
Cabo solto sujeitos às flexões causadas por vibrações do motor ou movimentos de qualquer natureza em algum momento quebra o fio, interrompendo o circuito esporadicamente.

Procure por casos similares conhecidos em publicações de dicas técnicas, sites, fóruns em revistas ou outras mídias, Afinal, nem sempre estamos frente a um caso inédito.

Queima constante de fusível. Pode ocorrer devido a curto circuito no chicote elétrico, superaquecimento causado por mau contato na base de fusível ou por sobrecarga.

Verifique as passagens de cabos em contatos com pontos cortantes ou quentes, examine se há danos na isolação ou pontos desprotegidos sujeitos à curtos circuitos. Lembre-se, a entrada de objetos estranhos no componente também pode causar curto circuito ou travamento.

Em caso de superaquecimento na base de fusível, limpe os contatos, revise ou refaça as conexões dos fios e terminais.

Meça a corrente do circuito, corrente elevada indica sobrecarga elétrica ou mecânica. Revise e troque o componente (motor, atuador, bobina, etc.) se necessário.  

Dica: Nunca aumente a capacidade do fusível, há risco de causar dano irreversível ao componente, às peças ligadas a este ou mesmo queimar o chicote elétrico. 

Quando isolados da carcaça, meça a resistência de isolamento do componente com um equipamento adequado.

Mau contato das conexões à massa.
Conexões frouxas, oxidadas, com zinabre, comumente falham, e pioram sob a influencia da temperatura e vibração. As conexões à massa lideram os casos de falhas. São vários os pontos de contatos que podem ser afetados: Borne da bateria, ligações com o chassi, carcaça dos componentes, bloco do motor, carcaças de unidades eletrônicas, etc.
O osciloscópio facilita bastante esta verificação. Conforme o caso meça a queda de tensão com um voltímetro.
Para reparar-las solte as conexões, limpe os pontos de contatos e torne à reapertá-las.

Interrupção da alimentação positiva ou falha de funcionamento de componentes.
Antes de ocorrer falência total, a corrosão elétrica dos contatos de chaves e relês costumam falhar de forma intermitente. O mesmo ocorre com peças rotativas que possuem escovas de carvão e coletores, como: motores, geradores, potenciômetros e alguns atuadores. Neste caso, o diagnostico pode ser realizado com voltímetro, amperímetro ou osciloscópio.

Não se esqueça que atualmente muitos veículos possuem gerenciamento de carga do alternador, sendo que o desligamento de alguns componentes como o ar condicionado, aquecimento dos vidros, espelhos, etc. estão previstos sob certas circunstâncias. Por outro lado, a deficiência do alternador também afetará o funcionamento regular destes sistemas.

Fugas de alta tensão. Como sempre, a isolação do circuito de alta tensão deve ser perfeita, porém os sistemas com bobinas de dupla faísca são mais acometidos por fugas internas nas bobinas. As falhas ocorrem com o motor frio ou sob carga, e se nota mais quando a vela está desgastada ou a separação dos eletrodos é muito grande. Ocorre também por falhas na isolação da bobina.  

Embora estas falhas sejam tão comuns para muitos, assim como a sua solução, sempre nos deparamos com aqueles casos raros que nos obrigam a seguir todos os preceitos teóricos como forma de abreviar o diagnóstico ou mesmo ser eficaz na sua resolução.

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