Testador de continuidade sonoro

Muitos multímetros possuem um teste de continuidade sonoro, bastante útil para os serviços na fiação elétrica do veículo e seus componentes. Geralmente o desgaste da bateria do aparelho é acentuado, inviabilizando o uso por longos períodos de trabalho. Não existe ajuste de volume do sinal sonoro que costuma ser muito fraco.
A solução prática e de baixo custo é o multivibrador astável a transistor com sonorizador piezoelétrico (buzzer). A grande vantagem é: dispensa o uso da chave liga/desliga, já que o consumo de bateria é extremamente baixo, e permite o ajuste sonoro. Com ele também é possível testar diodos e distinguir alterações de resistência do circuito através da mudança do tom sonoro. 
O circuito sugerido abaixo é bastante simples e os componentes podem ser alterados conforme a necessidade.
Circuito oscilador

A montagem é bem simples podendo ser feita com pontes de fios ou placa impressa padrão e se tiver mais habilidade e recurso o técnico pode confeccionar uma placa de circuito impresso exclusiva.

Placa de circuito impresso sugerida. Vista lado dos componentes.
Ainda que o técnico não opte pela placa sugerida ela pode ser usada como referência de layout para a montagem em placa padrão ou outro meio.   
Lista de componentes:
Q1, Q2 - Transistor NPN de uso geral BC548 ou similar
D1 - Diodo de uso geral 1N4001 ou 1N4148
R1 - Resistor de 2,2 kohm - 1/8 Watts
R2 - Resistor de 10 kohm - 1/8 Watts
R3 - Resistor de 1Kohm - 1/8 Watts
P1 - Trimpot de 100k
C1 - Capacitor de poliester ou cerâmico de 10 nf 50 Volts ou mais
C2 - Capacitor de poliester ou cerâmico de  33 nf 50 Volts ou mais
C3 - Capacitor de poliester ou cerâmico de 0,47 mf 50 Volts ou mais
Buzzer de 12 mm para 5 ou 9 Volts, conforme a bateria usada. 
Bateria de celular 4,8V ou comum de 9 Volts.
Placa de circuito padrão 2,5 x 4 cm. 
Diversos: fio flexível vermelho e preto para cabo de teste, comprimento conforme desejado; pino banana para ponta de prova a gosto; solda de estanho.    

Aplicação e uso veja vídeo no you tube. 
  Após a montagem alimente com a bateria, junte as pontas de prova e ajuste o trimpot até obter o nível de som desejado. Bom uso.

Gerador de sinais para uso automotivo

Tenho publicado esquemas de osciladores PWM para teste de bobina de ignição e isto despertou o interesse de leitores para adaptar a outras necessidades inerentes ao automóvel. Testar conta giro digital, simular sinal de velocidade, ativar uma unidade de comando indutiva ou hall, controlar a bobina de ignição com driver incorporado, são algumas das funções pretendidas pelos leitores. 

As variantes de sinais requeridos por estes componentes são imensas, dificultando a construção de um controlador polivalente. Seria desejável adquirir um equipamento comercial específico para aplicação automotiva ou um gerador genérico de sinais, destes usados em laboratório de eletrônica. 
Um gerador de sinais, mais abrangente, oferece maior dificuldade de uso, já que o usuário deve conhecer profundamente o sinal que será emulado para ajustá-lo corretamente. 

Atendendo a pedidos dos leitores, proponho o uso do oscilador NE555, uma opção barata, para aqueles que desejam fazer aplicações corriqueiras ou queiram aprofundar seus conhecimentos sobre controladores. Este circuito já foi abordado no projeto do oscilador de bobinas de ignição PWM, entretanto muitos têm dificuldade para fazer as modificações necessárias para torná-lo mais abrangente. Com estas modificações podemos ampliar a aplicação do gerador de sinais.
Gerador de sinal
Lista de peças:
P1, P2 potenciômetro de uso gera 100 kOhm
P3  Potenciômetro de uso geral 2 kOhm
R2, R4, R5 Resistores de 1 kOhm 1/8 ou 1/4 de watts
R3  resistor de 47 kOhm 1/8 watts - opcional 
C1 Capacitor eletrolítico 47 microfarad - 16 Volts
C2, C3 Capacitor poliester ou cerâmico 100 nanofarad 
C3 Capacitor poliester ou cerâmico 10 nanofarad 
Circuito integrado NE555

A saída S1 pode ser usada para ativar módulo de ignição indutivo como a unidade de comando de 6 pinos e similares.
A saída S2 presta ao teste de velocímetro, conta giro digital, módulo de ignição hall e para ativar bobinas de ignição que possuem driver interno.
O potenciômetro P3 ajusta o nível de sinal e deve ser usado para ativar a bobina de ignição que possui driver incorporado, geralmente com nível alto do sinal entre 3 e 5 Volts. 
Para simular o sinal para um módulo hall o potenciômetro deve ser ajustado no máximo. Lembre-se que algumas aplicações possuem sinal de 5 Volts (TTL). 
A mesma consideração se aplica ao simular um sinal para o sensor de velocidade ou conta giro.

O potenciômetro P1 altera a frequência entre 100 e 200 Hz. O uso de R3 diminui a frequência de operação. 
Com uma frequência de 200 Hz, P1 em mínimo, o ciclo ativo pode ser ajustado de 1 a 99% pelo potenciômetro P2, se não for utilizado o resistor R3. Montando o resistor R3 o ciclo ativo fica limitado a 70%, o que pode ser interessante para evitar sobrecargas ao ativar bobinas de ignição.
Operando a 100 Hz, P1 com resistência máxima, o ciclo ativo pode ser ajustado entre 45 a 99%, ou seja, mínimo 4,5 milissegundo.

Alguns componentes podem ser alterados ou eliminados para adequar a necessidade do usuário, por exemplo:
 A frequência aumenta ao diminuir o valor do capacitor C4, logo aumentando o capacitor a frequência diminui.
Aumentando o valor do potenciômetro P1 aumenta-se a faixa de variação da frequência. 

É importante frisar que o usuário deve conhecer os valores de trabalho do componente para ajustar os parâmetros adequados de frequência e duração do pulso, afim de evitar erros de interpretação ou danos aos componentes testados.

Veja também:
Pulsador de bobinas de ignição Esaki vs 2
Esquema eletrico do controlador PWM
Simulador para bobina de ignição
Pulsador de bobinas de ignição com oscilador Esaki vs 1