O crescente aumento de computadores não surpreende
ninguém, ao contrário somos ávidos por estas novidades anunciadas quase que
diariamente e isto se estende aos veículos automotores, é claro.
Com tantos computadores advém a necessidade
de estabelecer a comunicação entre eles, dando origem a intrincadas redes.
Acompanhar estes avanços tecnológicos é um
grande desafio para o técnico reparador de automóveis, pois exigem atualizações
constantes e também ferramentas apropriadas.
Alardeado por entusiastas a rede CAN (controller
área network) chega a preocupar os profissionais que querem estar à frente, e
acabam bombardeados com informações sobre protocolo de comunicação, arbitragem
de dados, etc. Embora estas informações sejam interessantes, devemos questionar
a sua relevância para quem precisa apenas reparar uma falha de comunicação. Redes
multiplexadas já existem nos automóveis faz muito tempo e a CAN não é a única, há
outras que sequer são notadas. Portanto,
desconhecer certos detalhes não representa um obstáculo para a manutenção.
Para o técnico reparador interessa a camada
do transporte de dados, o meio físico que dará suporte a rede. Estrutura da
rede (layout), aspectos e magnitude do sinal, orientação sobre substituição e
configuração de componentes e logicamente a IHM – interface homem máquina, scanner
como nos referimos comumente, aptos a acessar a rede, estes sim são pontos
chave.
Estrutura de uma rede bus de dados |
A estrutura da rede ilustrada na figura tem
a seguinte arquitetura:
Rede CAN de baixa e alta velocidade apoiada
nas normas ISO 11519-2 e ISO 11898
Rede LIN - Local Interconnect
Network é um conceito de rede de baixo custo, de um fio, usado como
sub-rede ou rede complementar. Se aplicam em dispositivos inteligentes como
atuadores, sensores, unidades de bombas de combustível, unidades de velas
aquecedoras, etc.
Linha K – rede de um fio usada para diagnóstico
das unidades de comando – apoiada na norma ISO 9141-2
Para exemplificar comento um caso comum que
ocorre ao instalar equipamentos de rádio ou similar, se colapsa a rede, bloqueando
o arranque do motor e impede até mesmo a comunicação com o scanner. Infelizmente
desconhecidos por muitos profissionais desta área. Portanto, conhecer a estrutura
da rede traz grandes vantagens para o diagnóstico, permite compreender como uma
falha pode afetar a rede e estabelecer o local de ação a ser rastreado.
Ao fazer medições entra em cena a ferramenta
e parâmetros que devemos visualizar. Nota-se aí a pobreza dos manuais de serviços
e também a falta de equipamento (osciloscópio) por parte das oficinas
especializadas.
Os sinais de bus de dados serão distintos,
segundo a norma aqui citadas e outras que abrangem a área automotiva. Observem os sinais das imagens ilustradas apoiado
pela norma ISO e SAE, diferentes, apesar de alguma semelhança.
CAN bus de dados apoiado pela norma ISO 11898 |
Como vemos, embasamentos puramente teóricos sobre
redes são desejáveis, porém o que fará a grande diferença para o técnico
reparador é um conteúdo que lhe permitirá sanar as falhas que se apresentam no
dia a dia.
Espero que esta iniciativa sirva de reflexão
para que o reparador automotivo reúna as condições essenciais para o correto
diagnóstico de falhas em redes automotivas.
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