Saiba como interpretar diagramas elétricos - parte 1

Diagramas ou esquemas elétricos são ferramentas frequentemente utilizadas por técnicos e engenheiros para montagem, confecção de chicote elétrico e visualização do caminho da corrente ao longo do circuito para fins diversos.
Embora Indispensável, ler diagramas elétricos e eletrônicos não é uma tarefa facilmente assimilada pelo profissional de reparação automotiva. Não é para menos, pois a grande variedade de tipos existentes choca, especialmente àquele profissional oriundo da área de mecânica.

Diferente de um desenho tridimensional, no diagrama elétrico os componentes são representados através de símbolos.   
Para desvendar os detalhes que envolvem este tema Iniciemos com o circuito simples da figura abaixo, representado na forma tridimensional.

 
Circuito simples, representação tridimensional 
 Mesmo sendo um desenho sem escala, construir-lo da forma mais natural possível requer muito tempo. Imagine como seria complexo, para não dizer impossível, fazer um desenho tridimensional de todos os circuitos de um automóvel atual!
Seguir o circuito consiste basicamente em percorrer o caminho da corrente elétrica a partir de um pólo da bateria ao outro, por exemplo: do positivo até o negativo. Recorde, o chassi é uma extensão do condutor negativo do circuito. Assim, para acender a lâmpada a corrente elétrica fluirá através do fusível, do interruptor, fios, chassi, conexões, bornes positivo e negativo da bateria e seus componentes internos. Estes elementos funcionam como uma “estrada” na qual circula a corrente elétrica.

Por mais complexo que seja uma instalação elétrica sempre estaremos restringidos a um circuito elementar como este modelo, ou seja: fonte de energia, receptor e elementos de condução (fios, chaves, conectores, etc.).  E lembrem-se, nem sempre compreendemos todo o circuito de um veículo, mas assim mesmo podemos solucionar falhas localizadas.

O diagrama bidimensional
O diagrama bidimensional é representado em um plano, e é mais fácil de ler e desenhar. Muitos detalhes desnecessários são eliminados. Acompanhados por legendas alfanuméricas ou textos os componentes são representados por símbolos (figuras) que lembram as peças.
Um peça pode ter uma infinidade de símbolos. Geralmente são versões inspirada no símbolo formatado pelo inventor da peça ou em simbologia normalizada. O mais importante é que o símbolo represente características marcantes quanto ao aspecto real ou funcional da peça e tenha legenda explicativa que o identifique.

O diagrama acima é uma representação bidimensional do circuito anterior. 
Considerando que cada elemento do circuito é um elo de condução de corrente, com este diagrama é perfeitamente possível analisar o caminho da corrente e até mesmo montar o circuito. 


Pressão de alimentação, sistema sem retorno

Recentemente ouvi o argumento de que a pressão de alimentação de combustível mais elevada do VW - Jetta 2,5L seria para superar a necessidade maior de combustível devido à potência do motor. Intrigado, resolvi levar aos leitores outro contexto.

É difícil classificar qual informação é relevante no dia a dia da oficina mecânica, entretanto dados precisos dos componentes do sistema podem fazer muita diferença no diagnóstico. Além disso, há pessoas que desejam simplesmente saciar o prazer do saber.

Comprometido com leis emissões mais severas, fabricantes de veículos adotam medidas para reduzir as emissões evaporativas do tanque de combustível.
Eliminar a mangueira de retorno do combustível a partir do motor pode ser vista, a princípio, como um fator de redução de custo. Entretanto o maior benefício é a diminuição da temperatura do combustível no tanque, o qual reduz consideravelmente os gases exalados para a atmosfera, já que muitas vezes o canister - filtro de carvão ativado - se encontra saturado. Veja circuito abaixo.


Esta configuração facilita o cumprimento da norma de emissões evaporativas, más traz um novo problema a tona. O fluxo de combustível no tubo distribuidor ou galeria é somente aquele que deve ser injetado, deixando-o suscetível a ebulição e formação de bolhas de vapor. Para evitar a formação de bolhas de vapor e consequentemente a falha no funcionamento do motor a pressão de alimentação é elevada a níveis adequados para cada caso.
No caso do VW – Jetta 2,5 L a pressão está em torno de 4,2 bar.

Uma análise mais profunda certamente nos indicará vantagens adicionais relacionadas ao aumento da pressão, más estes detalhes ficam para uma nova abordagem. 

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