Medição da corrente de fuga no VW - Pólo 2007

Medir a corrente de fuga em alguns veículos requer certos cuidados, pois ao desligar o motor e fechar o veículo os sistemas elétricos continuam ligados temporariamente, para que se realize a supervisão de funções importantes de controle do motor e a desativação de todas as funções da rede CAN bus de dados.

Para ilustrar e mesmo constar como referência técnica segue os procedimentos realizados em um veículo VW – Pólo 2007, com um multímetro comum ligado em série com o cabo negativo da bateria.

Procedimentos e cuidados:
  • Deixe a tampa do motor aberta, feche todos os vidros, desligue todos os consumidores do veículo e retire a chave da ignição.
  • Acione o travamento elétrico e alarme através da chave ou controle remoto.
  • Aguarde 30 minutos.
  • Selecione uma escala de corrente alta no multímetro, 10 ou 20 ADC.
  • Desligue o cabo negativo da bateria e insira o multímetro entre o negativo da bateria e o cabo conectado à massa, foto abaixo.
  • Reajuste a escala de medição, caso necessário.

A corrente de fuga medida deve ser inferior a 30 mA. Pode ocorrer que ao interromper o circuito o ciclo de desligamento se reinicie, neste caso aguarde sua finalização. Veja o gráfico de medição do ciclo completo.

 Conforme o gráfico a corrente se mantém em 200 mA por 30 segundos, cai para 125 mA permanecendo assim por 25 minutos e finalmente se reduz a 25 mA (depende dos componentes instalados).

Se a corrente final for superior a 30 mA procure identificar a causa. Isole os circuitos um a um retirando-se os fusíveis correspondentes e repita a medição.

Conclusão:
Após restabelecer a conexão da bateria no veículo testado foi necessário somente apagar erros em algumas UCE’s. Os parâmetros armazenados no indicador multifunções foram apagados.

Frequentemente a corrente de fuga anormal acentua o desgaste da bateria e reduz a capacidade de partida, porém devido ao uso diário do veículo e a falta de diagnóstico habitual não é notado. 

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Corrente de fuga e descarga da bateria

A corrente consumida pelo sistema elétrico ativo em um veículo em seu estado de repouso (veículo desligado e fechado) é conhecido popularmente como corrente de fuga.
Esta corrente deve ser a mais baixa possível para evitar que a bateria se descarregue rapidamente e preserve sua expectativa de vida útil. Porém, qual deve ser o limite desta corrente de fuga?

Segundo o manual de baterias Bosch, a corrente de fuga deve ser inferior a 0,05% vezes a capacidade da bateria, ou seja:

Calculando este limite para uma bateria de (60 Ah) x 0,05/100, teremos 0,03 A ou 30 mA

Isso mesmo, alarmes, unidades eletrônicas, relógio, rádios, etc. somados seus consumos individuais, não deverá ultrapassar este limite quando todos os consumidores estão desligados e o carro fechado, caso contrário ocorrerá descargas eventuais da bateria que impedem a partida do veículo e a sua constância reduzirá a vida útil da mesma.

O que você deve saber para medir a corrente de fuga:

  • Fique atento às tecnologias empregadas no veículo para não tirar conclusões precipitadas.
  • Ideal seria contar com pinças amperimétricas de 20 ou 30 A para evitar a desconexão da bateria, já que em muitos veículos isso acarreta na desprogramação dos sistemas eletrônicos, grava erros e até mesmo bloqueia o funcionamento do motor.
  • Desejável, os medidores gráficos facilitam bastante o trabalho, já que os testes podem ser demorados.
  • Ao usar o amperímetro em série conecte-o entre o cabo negativo da bateria, e antes de tudo, avalie seus recursos técnicos e conhecimentos para restabelecer todas as funções do veiculo que serão afetadas pela interrupção da bateria como: programação de vidros elétricos, alarmes, erros armazenados nas UCE’s, codificação de rádios, etc.
  • Quando necessário, somente desconecte a bateria após: retirar a chave da ignição, fechar todos os vidros e portas, finalizar o power latch e o CAN bus de dados. Isso irá minimizar os inconvenientes.

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