Por vezes, frente a uma falha incomum, chegamos a suspeitar que
o módulo de controle do sistema seja a causa do problema. Com seus circuitos
discretos e sem informação técnica adequada é imaginado como uma caixa preta.
Com o alto custo destes componentes e a alta incidência de danos o reparo de
módulos eletrônicos conquistou seu espaço no mercado, contrariando a vontade
dos fabricantes. Conhecer um pouco mais sobre os drivers das unidades
eletrônicas é de grande ajuda para visualizar uma possível falha ou mesmo
executar um teste superficial sem necessidade de abrir o módulo.
O sistema de gerenciamento eletrônico do motor, dito
comumente “injeção eletrônica” – convertem as medições detectadas por meio de
sensores em grandezas de controle que se efetuam através dos atuadores. Estas
saídas de controle são perpetuadas por meio de drivers, que funcionam como
booster ou amplificadores com potência suficiente para ligar/desligar ou
controlar a energia dos elementos atuadores.
Transistor ou multidriver (chips com várias saídas integradas)
é a interface com os atuadores, portanto os elementos mais danificados por
freqüentes curto circuitos no componente ou chicote elétrico, razão que alavanca
substancialmente o negócio de reparo de módulos.
Com a intenção de proporcionar a compreensão mais profunda do
reparador, por hora vamos analisar o driver do relê principal do módulo de
injeção motronic M1.5.1, esquematizado abaixo.
Driver do relê principal sistema de injeção Bosch M1.5.1 |
Funcionamento:
O borne 85
– bobina do relê principal - está conectado a uma linha direta com o positivo
da bateria (linha 30). O borne
86 – saída da bobina do relê -
se conecta ao borne 36 da UCE.
Para acionar o relê é necessário que haja uma ponte entre os bornes 36 e 2,14 ou 24 - conectados ao negativo da bateria (linha 31).
Esta ponte se faz pela junção eletrônica do c-e
do transistor T220 ao reduzir
a resistência próxima de zero e a série formada pelos resistores R227-R220. Fato que ocorre após ligar a chave de ignição e
alimentar com +12 Volts o borne 27
da UCE, e circular corrente através do circuito série formado pelo diodo D221, resistor R221, b-e de T220 e resistores R227-R220.
Proteção de
sobretensão:
Ao desligar a chave de ignição (linha 15), a força contra
eletromotriz induzida na bobina do relê ao desconectar o driver, rompe a tensão zener imposta pelo diodo
D220, levando o transistor
T220 a conduzir novamente, fig. 2B, limitando o pico de tensão em aproximadamente 50 Volts. Esta função permite que
a sobretensão se mantenha a níveis suportados pelo driver.
Proteção de drivers |
Limitação de
corrente:
Para aumentar a segurança da operação o driver está
protegido contra sobrecarga ou curto circuito com o positivo.
O paralelo formado pelos resistores R220-R227 detecta
a corrente máxima para T220,
aprox. 1 Ampere. Com uma queda
de tensão de aproximadamente 0,6 Volts
entre a b-e do transistor T221, veja fig. 2 A , se inicia o grampeamento da
corrente de excitação de T220 via
c-e de T221, impedindo o
aumento da corrente através do driver.
Idealizados por seus projetistas a eletrônica se consolida em
uma infinidade de circuitos, portanto, cada módulo pode conter funções
específicas, diferentes das encontradas neste módulo. Informações precisas da
sua arquitetura são sonegadas pelo fabricante, mas com algum recurso podemos
desvendar o suficiente para o propósito do trabalho.
Enfim, conhecer algumas técnicas empregadas é importante
para a atribuição de falha e execução de testes plausíveis tanto para o reparador
de módulos como para o técnico de campo.
Veja também:
tenho um renault 2004/2005 e ligo e ele desliga logo em seguida alguem pode me ajudar a diagnosticar esse problema pois esta dando uma surra no mecanino
ResponderExcluirColega procure uma oficina especializada. Pelo que diz tem erro de imobilizador, rede can ou chip na chave. De qualquer maneira é preciso saber que erro grava para seguir com o diagnóstico.
Excluir