Defeitos elétricos intermitentes em automóveis


Falhas elétricas intermitentes ou esporádicas aparecem quando menos se espera e muitas vezes desaparecem antes que se possa fazer qualquer medição dificultando localizar sua origem.

Um desafio ou uma tremenda dor de cabeça? Uma coisa é certa, causa muita insatisfação aos técnicos que precisam ser producentes e aos clientes que acabam abalados na sua confiança com a reincidência do problema.

O que se deve fazer diante desta situação? Não existe uma fórmula mágica, o jeito mesmo é criar um roteiro e seguir-lo passo a passo.

Vejamos algumas sugestões úteis que podem abreviar o diagnóstico:

É comum ocorrer problemas após a instalação de algum acessório (radio, alarme, vidros elétricos...) ou um reparo de qualquer natureza.
Converse com cliente, faça perguntas sobre como e quando se manifesta, quando começou, com que freqüência acontece.
Com base nas informações tente reproduzir a falha ou proceda com uma prova pertinente.

Faça uma verificação visual procurando por anormalidades no veículo e na instalação.
Peças inadequadas ou mal instaladas, chicotes elétricos desarrumados, conexões com zinabre, são fontes potenciais de problemas. Afinal, quem não encontrou um conector trocado de lugar ou frouxo!

Teste o sistema de carga e partida.
O mau estado da bateria, alternador ou sobrecargas no motor de partida é responsável por inúmeros problemas, como: bloqueios do imobilizador, mau funcionamento dos componentes do sistema de injeção, ignição, ar condicionado, etc.
 
Se possível, leia as memórias de diagnósticos de todos os sistemas. A visão global dos erros registrados ajuda no esclarecimento de algumas falhas.  

Com um multímetro gráfico, faça medições do sistema suspeito e simultaneamente tente provocar a falha sacudindo o chicote elétrico, conectores e conexões. De pancadas leves no componente com o cabo da chave de fenda, afrouxe sua fixação, mova suavemente seu conector. Frequentemente os componentes eletrônicos apresentam soldas frias ou trincas na placa de circuito, e a falha se manifesta com as vibrações ou mudanças de temperatura.
Oxidações dos contatos nos conectores costumam interromper o circuito. Revise e limpe os terminais aplicando um spray de limpeza apropriado, encontrado em lojas de componentes eletrônicos.
Cabo solto sujeitos às flexões causadas por vibrações do motor ou movimentos de qualquer natureza em algum momento quebra o fio, interrompendo o circuito esporadicamente.

Procure por casos similares conhecidos em publicações de dicas técnicas, sites, fóruns em revistas ou outras mídias, Afinal, nem sempre estamos frente a um caso inédito.

Queima constante de fusível. Pode ocorrer devido a curto circuito no chicote elétrico, superaquecimento causado por mau contato na base de fusível ou por sobrecarga.

Verifique as passagens de cabos em contatos com pontos cortantes ou quentes, examine se há danos na isolação ou pontos desprotegidos sujeitos à curtos circuitos. Lembre-se, a entrada de objetos estranhos no componente também pode causar curto circuito ou travamento.

Em caso de superaquecimento na base de fusível, limpe os contatos, revise ou refaça as conexões dos fios e terminais.

Meça a corrente do circuito, corrente elevada indica sobrecarga elétrica ou mecânica. Revise e troque o componente (motor, atuador, bobina, etc.) se necessário.  

Dica: Nunca aumente a capacidade do fusível, há risco de causar dano irreversível ao componente, às peças ligadas a este ou mesmo queimar o chicote elétrico. 

Quando isolados da carcaça, meça a resistência de isolamento do componente com um equipamento adequado.

Mau contato das conexões à massa.
Conexões frouxas, oxidadas, com zinabre, comumente falham, e pioram sob a influencia da temperatura e vibração. As conexões à massa lideram os casos de falhas. São vários os pontos de contatos que podem ser afetados: Borne da bateria, ligações com o chassi, carcaça dos componentes, bloco do motor, carcaças de unidades eletrônicas, etc.
O osciloscópio facilita bastante esta verificação. Conforme o caso meça a queda de tensão com um voltímetro.
Para reparar-las solte as conexões, limpe os pontos de contatos e torne à reapertá-las.

Interrupção da alimentação positiva ou falha de funcionamento de componentes.
Antes de ocorrer falência total, a corrosão elétrica dos contatos de chaves e relês costumam falhar de forma intermitente. O mesmo ocorre com peças rotativas que possuem escovas de carvão e coletores, como: motores, geradores, potenciômetros e alguns atuadores. Neste caso, o diagnostico pode ser realizado com voltímetro, amperímetro ou osciloscópio.

Não se esqueça que atualmente muitos veículos possuem gerenciamento de carga do alternador, sendo que o desligamento de alguns componentes como o ar condicionado, aquecimento dos vidros, espelhos, etc. estão previstos sob certas circunstâncias. Por outro lado, a deficiência do alternador também afetará o funcionamento regular destes sistemas.

Fugas de alta tensão. Como sempre, a isolação do circuito de alta tensão deve ser perfeita, porém os sistemas com bobinas de dupla faísca são mais acometidos por fugas internas nas bobinas. As falhas ocorrem com o motor frio ou sob carga, e se nota mais quando a vela está desgastada ou a separação dos eletrodos é muito grande. Ocorre também por falhas na isolação da bobina.  

Embora estas falhas sejam tão comuns para muitos, assim como a sua solução, sempre nos deparamos com aqueles casos raros que nos obrigam a seguir todos os preceitos teóricos como forma de abreviar o diagnóstico ou mesmo ser eficaz na sua resolução.

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4 comentários:

  1. Meu gol 96 apagou tudo nem partida tem o que eu fasso

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  2. Eduardo pode ser falha de contato nos bornes da bateria ou a bateria com defeito. Verifique se se solto ou oxidado ou mau apertado e teste a tensão da bateria.

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  3. Amigo estou com um corsa sedan 1.6 ele vem dando esse defeito apenas na rodovia "falha esporádica sonda lambda" já teste o tudo mas tudo mesmo ate a sonda foi trocada 2 vezes o que eu faço kkk help me ajude ai

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    1. Lucas a sonda reflete o processo de queima do motor. Você deve verificar o sinal da sonda e determinar se não se trata de mistura irregular ou falha de queima.

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