Osciloscópio - Testando potenciômetros

O potenciômetro é um componente básico para inúmeros sensores nos veículos leves e pesados, com aplicação: no pedal acelerador, corpo de borboleta, medidor de fluxo, sensor de nível, etc.
As pistas destes componentes são suscetíveis à contaminação por sujeiras e desgaste pela fricção do cursor.

O diagnóstico de mau funcionamento, na maioria das vezes, é baseado em históricos de falhas e na memória de erros, porém existem casos que estes métodos são ineficazes.
Imaginem aquele radio, onde o nível sonoro sobe, abaixa ou aquele indicador de nível de combustível cuja agulha oscila. Pois é, este é o ruído elétrico, que afeta qualquer equipamento que use potenciômetro.
No equipamento de som, por exemplo, se reconhece que o potenciômetro está ruim pelo ruído sonoro no altofalante, no momento que se ajusta o volume. Nos sistemas eletrônicos do automóvel, necessitamos saber sua função e sobre tudo, reconhecer os sintomas causados por sua falha.

Lembre-se que um sintoma de falha, pode envolver vários componentes que possuem o mesmo principio básico. Além disso, às vezes não estão disponíveis e comprá-los pode sair caro. Enfim, ruído elétrico, pequenas interrupções, mau contato etc. podem ser imperceptíveis ao verificar o potenciômetro com um multímetro comum, “scaner” e mesmo o autodiagnóstico, nem sempre, detecta seu mau funcionamento.
Existem outras maneiras para testar um potenciômetro? Sim, entre elas podemos citar os multímetros gráficos ou analógicos e o osciloscópio com gravação de tela.
Qual é melhor? Não existe uma resposta exata, todos podem ser usados com os devidos critérios.
Para refletir sobre este tema, ilustro a seguir gráficos de um medidor de fluxo de ar defeituoso, obtidos com um multímetro gráfico e um osciloscópio.

 
Neste diagrama, obtido com um multímetro gráfico, a evolução do sinal e seus valores são claros, porém não é possível visualizar nenhum defeito.

Repetindo o teste, agora com o osciloscópio, sob as mesmas condições, fica evidente no oscilograma acima, que há uma falha na pista do potenciômetro.

Dúvida!
Por que não conseguimos visualizar a falha com o multímetro gráfico?
A explicação está na base de tempo, pois no osciloscópio a evolução do sinal transcorre em intervalos da ordem de milissegundos, suficientemente sensível para detectar variações breves. O multímetro gráfico é muito mais lento, portanto não é adequado nesta comprovação.

Isto demonstra que, além de saber como funciona e como se prova um componente, é necessário conhecer profundamente as possíveis falhas e as limitações dos equipamentos de testes empregados no diagnóstico.

2 comentários:

  1. Amigo, com um osciloscópio sem o recurso de gravação de tela (acho que o meu não tem) ainda assim seria indicado para estes testes?

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  2. David, Qualquer ociloscópio é indicado para este teste. Com um ociloscópio analógico que tenha remanência de tela podemos reter a visualização da tela por uma fração de segundos e se não possui este recurso temos que se esforção para perceber alterações no sinal. Com ociloscópio digital a tela fica gravada se você usar a opção de trigger manual, recurso comum em qualquer osciloscópio.Na área automotiva, muitas vezes o equipamento é dotado de ajustes pré-formatado para facilitar o uso,verifique no seu equipamento o ajuste do trigger e selecione esta opçào para manual, em seguida ajuste a opção para trigger na subida e o nível do mesmo para um valor levemente acima da tensão mínima do potenciômetro.

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